IDEIAS FORTES DO MUNDIAL DE ÁFRICA E DA PARTICIPAÇÃO PORTUGUESA

com base nas análises estatísticas e históricas da FOOTBALL IDEAS

terça-feira, 13 de julho de 2010

MUNDIAL-2010: UM BALANÇO EM 10 IDEIAS FORTES



1. O Mundial-2010  deu ao futebol um campeão do Mundo inédito: a Espanha. Desde 1998 (França) que não havia um novo membro neste clube muito restrito (agora com oito selecções) e temos que recuar até 1978 para encontrar uma final entre selecções não-campeães: Argentina-Holanda.

2. A Europa voltou a dominar as grandes decisões de um Mundial, tal como acontecera em 2006 (na altura, Portugal, Alemanha, França e Itália chegaram às meias-finais). Desta vez após uma primeira fase em que os americanos pareciam mais fortes (7 equipas nas 16 dos oitavos de final), o futebol mais equilibrado entre força colectiva e inspiração individual de Alemanha, Holanda e Espanha ditou as leis. E assim aumentou também a vantagem europeia na contabilidade de títulos mundiais: 11-8.

3. A Espanha tornou-se a primeira equipa europeia a sagrar-se campeã fora do Velho Continente, ao mesmo tempo que se juntou ao Brasil no feito de conquistar o título fora do respectivo continente.

 4. A fase final do Mundial-2010 foi a segunda pior de sempre em termos da média de golos por jogo (2.27), ficando longe da média de golos total da história dos Mundiais (2.86) e superando apenas o Mundial-90 (2.21). O melhor marcador (Muller) venceu o prémio com uma das piores marcas de sempre (5 golos).

5. Em contrapartida, este Mundial foi bastante correcto em termos disciplinares: uma média de faltas de 29,3 por encontro, inferior à dos principais ligas europeias, todas com números superiores a 30 faltas por jogo em 2009/10, com a excepção da Inglaterra que na presente temporada se ficou pelas 27,5. Também o número total de cartões amarelos baixou relativamente a 2006 (de  326 para 276), o mesmo acontecendo com as expulsões (de 28 para 18).

6. Apesar destes números, e do nível geral das arbitragens ter sido elogiado pelos observadores, aconteceram dois casos muito polémicos (no Inglaterra-Alemanha e no México-Argentina), que obrigaram a FIFA a prometer repensar a sua até aqui inabalável posição quanto à (não) utilização de meios tecnológicos para auxiliar as arbitragens.

 7. Ao mesmo tempo que os três primeiros Espanha, Holanda  e Alemanha justificaram plenamente as respectivas classificações, os dois finalistas do Mundial, Holanda e Espanha, apresentam um registo impressionante em toda a campanha mundialista: no conjunto, e incluindo a fase de apuramento, 32 jogos disputados  - 30 vitórias. A Holanda venceu 14 dos seus 15 jogos; a Espanha ganhou 15 e 16, perdendo apenas o primeiro da Fase Final com a Suíça, por 1-0.

8. Este foi o Mundial com menos decisões através do desempate por pontapés da marca da grande penalidade desde que este sistema foi adoptado na prova (1982). Apenas dois encontros foram decididos desta forma: Paraguai-Japão (oitavos de final) e Uruguai-Gana (quartos de final).

9. As grandes desilusões do Mundial foram a Itália e a França, eliminadas na fase de grupos, o que constituiu um acontecimento inédito na história das 19 fases finais: pela primeira vez campeão e vive-campeão do Mundo foram afastados simultaneamente na fase inaugural da prova. Igualmente  desapontante foi o comportamento da equipa da casa, a África do Sul, que ficará com o estigma de ter sido o primeiro anfitrião da história dos mundiais a não passar a fase de grupos.

10. No sentido oposto, as principais revelações do campeonato foram o Uruguai (4º classificado, após ter necessitado de um play-off para chegar ao Mundial), e o Gana, que falhou uma inédita passagem de uma equipa africana às meias-finais devido a um penalti desperdiçado no último minuto do prolongamento no jogo com o Uruguai.


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