Um Barcelona reforçado (com Casillas, Ramos, Capedvilla e Alonso) vulgarizou a até agora considerada melhor equipa deste Mundial, a Alemanha, que aplicara chapa"4" a Argentina e Inglaterra, e segue para a final do Campeonato do Mundo, com a naturalidade das coisas simples e justas.
Vamos ter um campeão do Mundo inédito e nada mais justo que seja esta Espanha de inspiração, estrutura, espírito, modelo, base, culé. O famoso "clube dos 7 campeões do Mundo" vai ter um novo membro e grande surpresa seria que fosse a Holanda, que já vai na terceira tentativa (terceira final, depois de 74 e 78).
Para os holandeses, há a esperança que "à terceira seja de vez", mas acima de tudo que num Mundial pouco característico, ou seja como poucas injustiças e dramas (os melhores em cada jogo têm ganho no fim), todo o drama e surpresa se concentre no jogo da final.
Porque uma coisa é certa: se a Espanha jogar assim na final só os deuses tantas vezes loucos do futebol poderão dar o título aos holandeses.
Ontem, o Barcelona, perdão, a Espanha, voltou a ser grande. Se calhar como ainda não fora neste Mundial - apesar da grande exibição contra Portugal (diminuída cá no burgo pela sanha anti-Queiroz). O tiki-taka funcionou em pleno, com Pedro no lugar do irreconhecível Torres, e os alemães fizeram o papel de baratas tontas, a correr atrás da bola.
Isto porque a circulação espanhola era quase perfeita, mas também - e há quem esqueça isto - a pressão defensiva de nuestros hermanos sobre a Alemanha em posse foi sempre asfixiante. E não é que pressionados desta forma até os elogiados alemães mostram as suas limitações técnicas? Mais uma vez se confirmam duas verdades essenciais do futebol: sem tempo nem espaço é difícil jogar; sem bola é impossível fazê-lo.
O Barcelona, perdão, a Espanha, é uma máquina de jogar futebol. Tal como acontecia com a Laranja Mecânica da Holanda 74, o termo máquina parece pouco aplicável quando a fantasia, o futebol apoiado, dominam. Mas o termo dá bem conta do funcionamento impecável em termos colectivos, a harmonia entre sectores, a forma pendular e repetitiva como a equipa joga: pressão asfixiante para recuperar a bola; circulação segura atrás, rápida à frente, mantendo a posse e procurando sempre várias linhas de passe, até à finalização.
No Domingo, a Laranja Mecânica é espanhola. A ver vamos como os holandeses resolvem esta ironia...
PSG derrotó 3-1 a Aston Villa de Emiliano Martínez, por los cuartos de
final de la Champions League
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Aston Villa, con Dibu Martínez, cayó 3-1 ante PSG en el Parque de los
Príncipes, por la ida de los cuartos de final de la Champions League.
Há 5 minutos
Poderemos então dizer que os espanhóis ressuscitaram o Naranjito (mascote do Mundial de 1982)? Teremos por isso a Laranja Viva (Espanha) contra a Laranja Mecânica (Holanda)! =D
ResponderEliminarNa minha opinião, meramente pessoal, não concordo com essa evidente superioridade espanhola sobre a Holanda. Há evidentemente a vantagem de a espinha dorsal de Espanha ser do Barcelona, o que lhes permite jogar quase de olhos fechados, mas os holandeses compensam essa teórica desvantagem com uma rapidez de processos muito elevada.
É verdade que só vi, até agora, uma outra equipa com tal velocidade, a jogar rápido, em corrida, com bola a passar de pé para pé a velocidades estonteantes, e que essa equipa foi... a Alemanha, ontem "facilmente" dominada pelos espanhóis. Mas também é verdade que a capacidade de improvisação de Robben, Sjneider, Kuyt, Van Persie e Van der Vart é consideravelmente superior à mecânica de Klose, Podolsky e Muller. Schweistiger e Osil não foram suficientes para bater a Espanha, mas os 5 holandeses irão certamente dar outro tipo de arrepios ao Iker Casillas.
Isto tudo para dizer que... NUNCA MAIS É DOMINGO!
Concordo contigo: nunca mais é domingo!
ResponderEliminarE apesar de considerar a equipa espanhola neste momento mais equipa do que a Holanda, admito que torço pela Holanda (afinal a primeira grande equipa de que me lembro, nos anos 70).
E estpu de acordo quando dizes que "a capacidade de improvisação de Robben, Sjneider, Kuyt, Van Persie e Van der Vart é consideravelmente superior à mecânica de Klose, Podolsky e Muller. Schweistiger e Osil não foram suficientes para bater a Espanha, mas os 5 holandeses irão certamente dar outro tipo de arrepios ao Iker Casillas."
Acredito que sim e espero que façam a diferença!
abraço, João