IDEIAS FORTES DO MUNDIAL DE ÁFRICA E DA PARTICIPAÇÃO PORTUGUESA

com base nas análises estatísticas e históricas da FOOTBALL IDEAS

sexta-feira, 18 de junho de 2010

FAZER JOGAR





Foto: Getty Images

Escrevo enquanto vejo o excelente Alemanha-Sérvia, um grande jogo cortesia do árbitro (com a pior arbitragem do Mundial até ao momento) que decidiu expulsar Klose por razão nenhuma, nivelando assim as duas equipas.

E escrevo porque Ozil, o jovem de 21 anos que orquestra todo o jogo alemão, me fez pensar quanto aprecio muito mais aqueles que fazem jogar uma equipa do que os que jogam para si, por muito brilhantes que sejam, como é o caso de Cristiano Ronaldo, na actualidade, ou Eusébio, no passado.

Não reduzo essa capacidade admirável de colocar uma equipa a funcionar em termos ofensivos, de marcar os ritmos e romper as defesas contrárias, aos famosos números 10. Cada vez mais, o número nas costas conta menos além de que nem sempre é o médio ofensivo que assegura capacidade de criar em prol da sua equipa, estando essa função concentrada num jogador que actua das alas para o centro, ou mesmo no meio-campo recuado.

Masut Ozil é um desses jogadores que empolga ver jogar, fazer quase sempre a opção certa, descernir qual o colega mais bem colocado, ler num mílésimo de segundo toda a jogada e executar em conformidade.

Neste Mundial, estão presentes alguns jogadores que sabem fazê-lo mas infelizmente são poucos, para mal dos meus pecados, mas também para desgraça deste pobre futebol dos nossos dias.

Uns estão capazes de praticar essa mestria: Messi (Argentina), Xavi (Espanha), Sneider (Holanda), talvez Gerard (Inglaterra)...

Outros parecem longe dos tempos em que a praticavam, como Deco, Pirlo e Kaká. E ou muito me engano ou no fim isso vai fazer muita diferença.

1 comentário:

  1. Grande artigo!
    Concordo em absoluto.
    Fazem falta 10 ou o que lhe quiserem chamar ao futebol de hoje em dia.
    Esse papel desvaneceu-se completamente, principalmente em Inglaterra, onde nenhuma equipa actua assumidamente com um 10 (Ferguson transforma-os todos em 8, como fez com Scholes e agora Anderson).

    Jogadores como Rui Costa hoje já não existem pura e simplesmente.

    Kaká, quanto a mim, nunca foi um verdadeiro 10, mas um jogador hibrído, uma espécie de homem em cunha a jogar atrás dos avançados, com grande mobilidade e capacidade de entrar na área e de romper nas zonas centrais e laterais.
    Nunca foi um organizador/maestro de uma equipa, nem um homem que paute jogo.

    Deco já o foi, sim, mas está em queda.
    Lucho também o foi, embora a outro nível obviamente.

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