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Escrevo enquanto vejo o excelente Alemanha-Sérvia, um grande jogo cortesia do árbitro (com a pior arbitragem do Mundial até ao momento) que decidiu expulsar Klose por razão nenhuma, nivelando assim as duas equipas.
E escrevo porque Ozil, o jovem de 21 anos que orquestra todo o jogo alemão, me fez pensar quanto aprecio muito mais aqueles que fazem jogar uma equipa do que os que jogam para si, por muito brilhantes que sejam, como é o caso de Cristiano Ronaldo, na actualidade, ou Eusébio, no passado.
Não reduzo essa capacidade admirável de colocar uma equipa a funcionar em termos ofensivos, de marcar os ritmos e romper as defesas contrárias, aos famosos números 10. Cada vez mais, o número nas costas conta menos além de que nem sempre é o médio ofensivo que assegura capacidade de criar em prol da sua equipa, estando essa função concentrada num jogador que actua das alas para o centro, ou mesmo no meio-campo recuado.
Masut Ozil é um desses jogadores que empolga ver jogar, fazer quase sempre a opção certa, descernir qual o colega mais bem colocado, ler num mílésimo de segundo toda a jogada e executar em conformidade.
Neste Mundial, estão presentes alguns jogadores que sabem fazê-lo mas infelizmente são poucos, para mal dos meus pecados, mas também para desgraça deste pobre futebol dos nossos dias.
Uns estão capazes de praticar essa mestria: Messi (Argentina), Xavi (Espanha), Sneider (Holanda), talvez Gerard (Inglaterra)...
Outros parecem longe dos tempos em que a praticavam, como Deco, Pirlo e Kaká. E ou muito me engano ou no fim isso vai fazer muita diferença.
Grande artigo!
ResponderEliminarConcordo em absoluto.
Fazem falta 10 ou o que lhe quiserem chamar ao futebol de hoje em dia.
Esse papel desvaneceu-se completamente, principalmente em Inglaterra, onde nenhuma equipa actua assumidamente com um 10 (Ferguson transforma-os todos em 8, como fez com Scholes e agora Anderson).
Jogadores como Rui Costa hoje já não existem pura e simplesmente.
Kaká, quanto a mim, nunca foi um verdadeiro 10, mas um jogador hibrído, uma espécie de homem em cunha a jogar atrás dos avançados, com grande mobilidade e capacidade de entrar na área e de romper nas zonas centrais e laterais.
Nunca foi um organizador/maestro de uma equipa, nem um homem que paute jogo.
Deco já o foi, sim, mas está em queda.
Lucho também o foi, embora a outro nível obviamente.