Criou-se a ideia que privilegiar um estilo de jogo em contra-ataque é equivalente a jogar feio, mal ou até em anti-jogo.
Nada mais falso. Jogar em contra-ataque pode ser mais fácil do que em ataque continuado, mas não é nenhuma forma de anti-jogo.
Cada um usa as armas e as virtudes que tem, limitando os efeitos das suas...limitações. O jogo é mesmo assim e não é menos legítimo jogar na expectatitiva, na saída rápida após a recuperação da bola do que fazê-lo assumindo o jogo, como faz, e bem, a Espanha/Barcelona.
Portugal não tem hoje armas suficientes para jogar de peito aberto, taco-a-taco com a selecção espanhola, da mesma forma que ninguém o faz com o Barcelona (o modelo desta equipa espanhola) e sai vivo para contar como foi. Que o diga o Real Madrid nos últimos anos...
Por isso, a Queiroz apenas se pede que tenha a humildade estratégica de um Mourinho. Que jogue em contra-ataque mas de forma inteligente e não como fez com o Brasil - com medo, tolhido, envergonhado, com 10 atrás e CR7 à frente, entregue às feras da defesa contrária, sem espaço, nem tempo, nem bola, para fazer qualquer tipo de diferença.
Jogar bem em contra-ataque significa defender de forma solidária, com espírito de sacríficio, muita garra e concentração absoluta. Mas significa também pôr toda a intensidade e dinâmica no jogo, nomeadamente quando se sai para o ataque rápido. E não significa apenas transpiração. A inspiração individual posta ao serviço do colectivo também é indispensável para que este estilo de jogo seja eficaz e até...bonito. Quem se lembra das boa equipas belgas que jogavam assim, com Ceulemans, Vercauteran, Vanderbergh, sabe isso. Ou mesmo a selecção argentina de 86, que ao contrário do que muitos pensam jogava acima de tudo em contra-ataque.
No caso português, para que isto seja uma realidade, Ronaldo não pode jogar sozinho na frente, sendo o homem mais adiantado de Portugal. Tem que contar com companhia e de preferência alguém que saiba jogar de costas para a baliza adversária, recebendo passes sob pressão e temporizando para esperar por "reforços", uma primeira linha com CR7 e Simão e uma segunda com Meireles e Tiago, que tão bem aperecem em zona de finalização. Ora, esta será a maior dificuldade para Portugal, que não tem um ponta-de-lança destes. Mas é nestes momentos que os grandes jogadores se sacrificam em prol da equipa e até fazem bem aquilo de que menos gostam. Não é, Liedson?
FC Porto e Sporting defrontam-se no Dragão Arena
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O título desta antevisão acaba por ser elucidativo o suficiente: é daqueles
jogos que ninguém quer perder. FC Porto e Sporting voltam a defrontar-se
para u...
Há 2 horas
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